A consultora Capital Economics alerta que a presidência de Donald Trump nos Estados Unidos pode dificultar o retorno de Angola aos mercados financeiros internacionais, além de desvalorizar o kwanza, o que poderia abrir caminho para um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o analista David Omojomolo, a vitória de Trump pode impactar negativamente as moedas africanas, incluindo o kwanza, devido a um possível fortalecimento do dólar e ao aumento de tarifas norte-americanas.
Angola enfrenta desafios financeiros crescentes, com o governo já tendo manifestado preocupação sobre os custos para honrar a dívida e financiar as despesas públicas. Em um cenário de dificuldades no acesso aos mercados de capitais, Omojomolo considera provável que países da região continuem a depender do FMI e do Banco Mundial para evitar o risco de incumprimento.
As políticas de Trump em relação ao setor energético também geram incertezas para países exportadores de petróleo, como Angola. O esperado aumento da produção de petróleo nos EUA pode pressionar ainda mais os preços globais, impactando a economia angolana.
Entretanto, o analista sugere que Angola poderia se beneficiar da possível continuidade de projetos estratégicos, como o Corredor do Lobito, visto por Trump como uma maneira de reduzir a influência chinesa na região. A linha férrea, que conecta o porto do Lobito a Zâmbia e República Democrática do Congo, promete impulsionar a economia e criar milhares de empregos, consolidando o papel estratégico de Angola na infraestrutura africana.