
No município de Viana, a crescente insatisfação entre os vendedores informais destaca um problema sério relacionado à conduta de fiscais. Com apenas 75 fiscais efetivos e 150 eventuais responsáveis pelo controle das vendas informais, a situação se torna insustentável, gerando desconfiança e descontentamento entre a população.
As denúncias apontam que muitos fiscais, ao invés de seguirem os trâmites legais ao encontrarem irregularidades, optam por resolver as questões de forma inadequada, solicitando dinheiro para ignorar infrações. Isso cria uma imagem negativa desses agentes perante os cidadãos, que se sentem lesados e desprotegidos.
Vendedores como Joaquina Madalena relatam experiências difíceis, onde a corrupção se tornou parte cotidiana de suas atividades. “Quando vendia nas ruas, era comum ter que pagar aos fiscais para evitar problemas. Com a mudança para o Mercado dos Chineses, as coisas melhoraram, mas o medo da fiscalização corrupta continua”, afirma Joaquina. Esta percepção é compartilhada por muitos, que veem os fiscais como “amigos da corrupção”, favorecendo alguns em troca de subornos.
Pedro André, morador local, também compartilha sua frustração, relatando ter sido multado de maneira irregular. “Paguei 50.000 Kz aos fiscais sem receber qualquer documento”, diz ele, evidenciando a falta de transparência nas ações fiscais.
Em meio a essas queixas, João Augusto, diretor municipal de Fiscalização, reconhece a necessidade de mudanças. Ele afirma que um plano está em andamento para melhorar a imagem dos fiscais, enfatizando a importância de agir em conformidade com a lei e promover uma abordagem mais pedagógica. “Os fiscais devem ser defensores dos serviços do Estado e evitar práticas corruptas”, declara.
A realidade da economia informal em Viana é complexa, marcada pela falta de fiscalização efetiva e pela conivência de alguns agentes. Essa situação não apenas fragiliza a economia local, mas também perpetua um ciclo vicioso que exige ações imediatas e eficazes para garantir a integridade e a justiça no comércio informal.