
O grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) anunciou, após suas 12.ª Jornadas Parlamentares realizadas em Cabinda, a elaboração de um projeto de resolução com o objetivo de “exigir o fim imediato das hostilidades militares” na região. O comunicado, divulgado nesta segunda-feira, destaca a necessidade de um diálogo inclusivo para resolver o “problema político-militar e histórico de Cabinda”.
A resolução propõe também o “início imediato das negociações de paz” entre o Governo de Angola e os movimentos independentistas, como a Frente de Libertação do Enclave de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC). A UNITA enfatiza que a situação atual em Cabinda representa uma “guerra atroz”, afirmando que não é possível falar em paz efetiva enquanto tal conflito persiste.
Os deputados da UNITA relataram um “clima de medo e perseguição” aos ativistas cívicos e a prevalência de hostilidade contra adversários políticos. O partido critica o sistema de governança centralizado, que, segundo eles, distancia o povo dos benefícios dos recursos locais, e considera o Estatuto Especial de Cabinda um “logro”, já que a população não tem voz nas decisões locais.
Além disso, a UNITA destaca que a riqueza gerada em Cabinda não beneficia a maioria da população, resultando em pobreza, desigualdade e falta de oportunidades. Os cidadãos locais enfrentam dificuldades, como subsídios de indigência baixos, desemprego elevado, e um sistema de transporte público quase inexistente.
A formação política aponta que Cabinda depende fortemente de importações e comércio transfronteiriço, enquanto a classe empresarial local é limitada e controlada por interesses do regime. A UNITA reafirma seu compromisso em buscar justiça e melhorias para a população de Cabinda, enfatizando a urgência de um diálogo para alcançar a paz.