
A UNITA denunciou, esta semana, uma alegada manobra para travar a deslocação de uma delegação parlamentar ao município da Galanga, província do Huambo. Em causa está a ruptura da ponte sobre o rio Tchiteva, principal via de acesso àquela localidade, que o partido da oposição acredita ter sido deliberadamente danificada para impedir a chegada dos deputados.
A denúncia surge após um incidente registado na semana passada, que resultou no ferimento do Secretário Provincial da UNITA no Huambo, Apolo Yakuvela. O partido do “Galo Negro” enviou uma comitiva composta por cerca de 30 deputados à região, liderada por Liberty Chiyaca, presidente da sua bancada parlamentar, com o objectivo de apurar os contornos do episódio e ouvir os diversos intervenientes locais.
Segundo fontes próximas à delegação, citadas pela Rádio Correio da Kianda, apesar do estado crítico da ponte, os deputados mantêm a decisão de avançar com a visita, reforçando o compromisso do partido em acompanhar de perto os acontecimentos nas comunidades mais afastadas e fiscalizar acções que envolvam possíveis abusos de poder ou obstruções políticas.
A missão parlamentar tem vindo a manter encontros com autoridades locais, representantes eclesiásticos e outros actores sociais na região, numa tentativa de clarificar o contexto e as causas do ataque ao dirigente provincial.
O corte da principal via de acesso levanta suspeitas sobre uma tentativa de dificultar ou inviabilizar o trabalho de fiscalização e aproximação da UNITA às comunidades do interior. Até ao momento, as autoridades não se pronunciaram oficialmente sobre o estado da ponte, nem esclareceram as razões da sua interrupção.
Este episódio adensa as tensões políticas no Huambo, província historicamente sensível na geografia política angolana. A visita da delegação da UNITA poderá transformar-se num novo foco de confronto simbólico entre o partido no poder e a oposição, num momento em que os apelos ao diálogo e à transparência continuam a dominar o discurso público.