
O grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) expressou profunda preocupação em relação ao surto de cólera que afeta o país e ao aumento alarmante de mortes. O pedido de debate, agendado para esta sexta-feira, é considerado essencial diante da gravidade da situação, que já resultou em 7.760 casos e 293 óbitos desde o início do surto, em janeiro.
A província de Luanda é o epicentro da epidemia, mas recentemente, a situação se agravou em Cuanza Norte, onde 25 mortes foram registradas em menos de uma semana. A UNITA destaca que a crise é exacerbada por fatores como o péssimo saneamento ambiental, o consumo de água imprópria e a pobreza extrema nas áreas mais afetadas.
A propagação da cólera, que já alcançou 14 das 18 províncias do país, é classificada pelo partido como a mais severa enfrentada nas últimas duas décadas. Diante desse cenário, a UNITA enfatiza a necessidade de um debate que envolva as autoridades governamentais, a fim de esclarecer as medidas a serem tomadas para conter a epidemia.
Além de solicitar a discussão no plenário do parlamento, o partido pede que o governo intensifique ações de vigilância ambiental, saneamento e educação sobre saúde, bem como amplie a assistência médica disponível à população. No último fim de semana, a morte de 16 pessoas em Luinha, Cuanza Norte, levou as autoridades a implementar uma cerca sanitária e a suspender o transporte ferroviário na região para evitar a propagação da doença.
As autoridades, incluindo a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, e o governador de Cuanza Norte, João Diogo Gaspar, afirmam que o surto está sob controle e que uma campanha de vacinação está em andamento, já beneficiando 200 pessoas. Em um sinal de esperança, 96 pacientes receberam alta nas últimas 24 horas, embora 176 pessoas ainda estejam internadas com cólera.
A situação continua a exigir atenção e ação, e a UNITA aguarda a resposta do governo durante o debate previsto.