O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte, expressou hoje sua confiança de que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, continuará a apoiar a Aliança Atlântica. Rutte baseou sua afirmação nos contatos anteriores que manteve com Trump durante seu mandato como Presidente norte-americano (2016-2020) e enquanto foi primeiro-ministro dos Países Baixos (2010-2024).
Durante uma conferência de imprensa na maior base da NATO, na Letónia, Rutte foi questionado sobre as anteriores declarações de Trump, que sugeriam que os Estados Unidos poderiam não defender os países da NATO que não gastam o suficiente em defesa. Rutte respondeu que o Presidente eleito “fará o que for preciso para defender os Estados Unidos” e destacou que Trump “está bem ciente de que ser membro da NATO faz parte da defesa dos Estados Unidos”.
Rutte referiu-se à situação atual na Ucrânia, mencionando a presença de soldados norte-coreanos na Rússia e a colaboração de Moscovo com Pyongyang na guerra contra a Ucrânia. Ele destacou que essa aliança representa uma ameaça direta não apenas para a Europa, mas também para o Japão, a Coreia do Sul e os Estados Unidos, uma situação que Trump certamente levará em consideração ao apoiar a NATO.
O secretário-geral da NATO também enfatizou a necessidade de os aliados europeus aumentarem significativamente suas despesas com a defesa, ultrapassando 2% do Produto Interno Bruto (PIB), e desenvolverem suas próprias indústrias de defesa. “Precisamos de mais despesas com a defesa e precisamos de aumentar a produção de defesa em toda a Aliança para termos as forças certas, mas também para termos as capacidades certas para manter os nossos povos seguros”, afirmou.
Rutte frisou a importância de reabastecer os arsenais e garantir a prontidão para enfrentar qualquer adversário, destacando a cooperação com parceiros como a União Europeia (UE) e países do Indo-Pacífico, incluindo o Japão, a Coreia do Sul, a Austrália, a Nova Zelândia e os vizinhos do sul.
Sobre o conflito na Ucrânia, Rutte afirmou que “só o governo ucraniano” pode decidir iniciar negociações com a Rússia para pôr termo ao conflito, mas sublinhou que essas negociações devem partir de uma posição de força. Ele destacou o compromisso da Letónia em gastar 0,25% do PIB na ajuda à Ucrânia e em aumentar as despesas com a defesa.
O presidente da Letónia, Edgar Rinkevics, presente na conferência de imprensa conjunta, reforçou que os Estados Unidos são um parceiro indispensável para a Europa e a segurança europeia. No entanto, ele salientou que é crucial que todos os países europeus aumentem seus esforços em defesa e segurança.
Rinkevics também comentou sobre as possíveis negociações para acabar com os combates na Ucrânia, afirmando que, no momento, a Rússia não está disposta a negociar e está intensificando suas operações militares.
A visita de Mark Rutte à maior base militar da Letónia, em Adazi, a cerca de 30 quilómetros de Riga, foi sua primeira de caráter oficial ao país báltico, Estado-Membro da NATO e da UE, desde que assumiu o cargo máximo da aliança.