
Na última terça-feira, em um discurso realizado em Mar-a-Lago, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez declarações controversas ao atribuir à Ucrânia a responsabilidade pela guerra em curso com a Rússia. A afirmação veio em resposta à frustração expressa pelo governo ucraniano por não ter sido incluído nas recentes negociações de paz entre os EUA e a Rússia.
Trump manifestou seu desapontamento com a situação, afirmando: “Estou muito desapontado. Ouvi dizer que eles estão chateados por não terem um lugar [nas conversações]. Vocês estão lá há três anos. Não deviam ter começado. Podiam ter feito um acordo.” Essa declaração provocou reações tanto na Ucrânia quanto na comunidade internacional, especialmente em um momento em que a busca por uma resolução pacífica é crucial.
Durante seu discurso, Trump também sugeriu que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deveria convocar eleições, ecoando uma das demandas de Moscovo. Ele insinuou que um encontro com Vladimir Putin poderia ocorrer ainda este mês, uma possibilidade que gera preocupações sobre a dinâmica das negociações de paz.
“Vocês deveriam nunca ter começado isso”, afirmou Trump, destacando a situação política interna da Ucrânia, que, segundo ele, está marcada pela falta de eleições e um governo com baixos índices de aprovação. Ele mencionou que a Ucrânia se encontra sob um estado de exceção, uma condição que, conforme a Constituição do país, impossibilita a realização de eleições durante uma invasão militar.
Em resposta, Zelensky criticou a exclusão da Ucrânia nas conversas entre os EUA e a Rússia, defendendo que qualquer esforço para pôr fim ao conflito deve ser “justo” e incluir a participação de nações europeias. Ele adiou sua viagem à Arábia Saudita, onde os diálogos entre os dois países estavam ocorrendo, ressaltando que a Ucrânia deveria ter voz nas discussões que afetam seu futuro.
A guerra, que teve início em fevereiro de 2022, com a invasão da Ucrânia pela Rússia, continua a ser uma questão complexa e delicada nas relações internacionais. As conversações em andamento na Arábia Saudita, que não contaram com a presença ucraniana, levantam dúvidas sobre o caminho a seguir para a paz e a estabilidade na região.