
O Tribunal de Contas está conduzindo uma auditoria ao Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE), a qual teve início em maio de 2024, conforme comunicado divulgado pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação nesta quarta-feira. O ministério reafirmou seu compromisso com a transparência, legalidade e boa governança, visando atender ao interesse público.
A denúncia sobre possíveis irregularidades surgiu do portal Maka Angola, administrado pelo ativista Rafael Marques, que revelou um suposto “buraco” de mais de 21 mil milhões de kwanzas no INAGBE, referente a transferências e pagamentos sem justificativas realizados em 2022. Além disso, o portal destacou a existência de 101 bolseiros que recebem subsídios do INAGBE, mas que não estão nas listas enviadas pelas universidades que acolhem esses estudantes.
Estudantes do ensino superior em Angola relataram atrasos de cinco meses nos pagamentos dos subsídios, levantando preocupações sobre a possibilidade de “descaminho” de verbas. António Armando, presidente da Associação dos Estudantes e Ex-Bolseiros Internos do Ensino Superior de Angola (AEEBISA), expressou indícios de desvio de fundos, citando o “injustificável excesso de atraso” nos pagamentos.
Em declarações à Lusa, Armando afirmou que os estudantes estão sem os subsídios desde outubro, data que marcou o início do ano acadêmico. Ele também mencionou que os estudantes planejam promover manifestações junto ao INAGBE para exigir a regularização dos pagamentos.
A Lusa está aguardando um pronunciamento da direção do INAGBE desde terça-feira, em resposta às alegações e à situação alarmante enfrentada pelos bolseiros.