
Um caso perturbador abalou a província de Cabinda nos últimos dias: um homem de 54 anos foi detido por, alegadamente, transmitir de forma consciente uma doença sexualmente transmissível às suas parceiras, sem revelar o seu estado serológico. A situação levanta sérias preocupações sobre saúde pública, responsabilidade individual e protecção das vítimas.
A detenção ocorreu na passada sexta-feira, 16, na localidade do Zôngolo, no município sede de Cabinda, e foi levada a cabo pelo Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) da Polícia Nacional. O suspeito foi denunciado pela própria parceira, que terá descoberto que o homem é seropositivo para o VIH e que, apesar disso, mantinha relações com outras mulheres sem qualquer tipo de aviso ou protecção.
De acordo com as autoridades, a parceira encontrou um cartão de levantamento de anti-retrovirais na carteira do acusado, o que reforçou as suspeitas e originou a investigação. A denúncia levou à abertura de um processo formal e, após recolha de indícios suficientes, foi ordenada a sua detenção.
O indivíduo encontra-se agora sob custódia e deverá ser apresentado ao Ministério Público para o início dos trâmites legais. O crime de transmissão dolosa de doenças sexualmente transmissíveis está previsto e punido pela legislação penal angolana, sobretudo quando se comprova a intenção deliberada de expor terceiros ao risco.
O caso reacende o debate sobre a importância da educação sexual, da testagem voluntária e do combate ao estigma associado ao VIH. Especialistas lembram que o acesso à informação e a responsabilidade partilhada nas relações íntimas são fundamentais para travar situações deste tipo.
Rede de burladores desmantelada nas redes sociais
Em outra operação do mesmo departamento da Polícia Nacional, foram detidos quatro jovens, com idades entre os 21 e os 24 anos, acusados de burlas cometidas através de plataformas digitais como o Facebook e o WhatsApp. As detenções resultam de investigações ligadas a esquemas fraudulentos de vendas e falsas promessas de serviços.
As autoridades alertam para o crescimento deste tipo de crimes e apelam à população para maior vigilância ao interagir com desconhecidos nas redes sociais, reforçando que os autores serão responsabilizados criminalmente.