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Os trabalhadores angolanos estão em estado de alerta e planejam realizar assembleias provinciais no próximo sábado para discutir a possibilidade de retomar a greve geral, caso o governo não cumpra a promessa de aumentar os salários da função pública em 25% a partir de março, com efeitos retroativos. Essas reuniões, que foram adiadas para permitir uma melhor preparação, visam avaliar os “incumprimentos” do governo e definir os próximos passos.
Francisco Jacinto, secretário-geral da Central Geral dos Sindicatos Livres e Independentes de Angola, enfatizou que a situação atual é crítica. Ele lembrou que a terceira fase da greve geral foi suspensa em maio de 2024, mas não cancelada, servindo como um aviso de que os trabalhadores podem agir novamente se o governo não honrar seus compromissos.
Em entrevistas, Jacinto expressou a esperança de que o governo cumpra o acordo assinado em 2024 de “boa-fé”, mas também alertou para a necessidade de preparar os trabalhadores para uma eventual paralisação. A decisão sobre a continuidade da greve dependerá da folha salarial de fevereiro, que deve refletir o aumento prometido.
Se os 25% não forem aplicados, a mobilização para a terceira fase da greve poderá ser inevitável em março. O Acordo Trienal de Valorização dos Trabalhadores, assinado em maio de 2024, previa que a revisão salarial ocorreria em três anos, com início em janeiro de 2025. No entanto, a proposta de reajuste foi adiada pelo governo, o que gerou insatisfação entre os trabalhadores.
Jacinto também destacou que, até o momento, apenas a cláusula relativa ao salário mínimo nacional foi cumprida, enquanto outras obrigações, como a participação sindical em avaliações e conselhos, permanecem em aberto. A pressão aumenta, e os trabalhadores se preparam para um possível movimento de greve, reafirmando sua determinação em buscar melhorias nas condições salariais e no cumprimento dos acordos firmados.