
Tchize dos Santos, filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, denunciou que seu irmão, Zenu dos Santos, está sendo alvo de coação por parte do atual presidente, João Lourenço, em relação à obtenção de seu passaporte. Segundo Tchize, o documento não deveria estar retido, e essa situação se agrava após o Tribunal Constitucional ter anulado o processo judicial contra Zenu há quase dois anos, levantando sérias preocupações sobre a integridade do sistema judicial em Angola.
Tchize classificou a situação como uma “perseguição gravíssima”, que evidencia a natureza autoritária do regime. “É inaceitável que um cidadão tenha seus direitos básicos, como a liberdade de viajar, cerceados por motivos políticos”, afirmou.
Zenu dos Santos foi condenado em agosto de 2020 a cinco anos de prisão no controverso caso “500 milhões”, onde foi acusado de burla, defraudação e tráfico de influências. Desde a saída de seu pai da presidência, a família dos Santos tem denunciado um aumento da perseguição política, levando muitos de seus membros a buscar asilo fora do país.
As alegações de Tchize dos Santos ressaltam um clima de tensão política em Angola, onde vozes dissidentes frequentemente enfrentam silenciamento. A situação de Zenu dos Santos continua a ser um ponto focal nas discussões sobre direitos humanos e liberdade política, evidenciando a necessidade urgente de reformas no país.