Taxistas que operam na rota Luanda-Mercado do Luvo, na província do Zaire, estão sob escrutínio por alegações de facilitar a imigração ilegal, transportando pessoas para Luanda por 300 mil kwanzas (cerca de 326 dólares). A controvérsia divide opiniões entre a Associação dos Taxistas Angolanos e juristas.
Francisco Paciente, presidente da Associação dos Taxistas Angolanos, atribui o problema à desvalorização e falta de regulamentação da profissão. Ele argumenta que a ausência de formalização permite que qualquer pessoa, necessitando de subsistência, possa se tornar taxista e, eventualmente, se envolver em atividades ilegais como contrabando ou facilitação de imigração. Paciente destaca a necessidade de uma definição clara de quem pode ser taxista e apela por uma maior fiscalização das autoridades para responsabilizar aqueles que operam ilegalmente.
Por outro lado, juristas expressam preocupações legais e morais. Agostinho Canando classifica o comportamento dos taxistas como reprovável e alerta para o impacto negativo na imigração ilegal, sobrecarregando o país com estrangeiros em situação irregular. Manuel Cangundo reforça que a facilitação da imigração ilegal é um crime punível pela lei penal, destacando as severas implicações legais e econômicas para o país.
Ambos os lados concordam que medidas urgentes são necessárias, mas divergem quanto às soluções e responsabilidades. Enquanto a associação pede uma abordagem mais estruturada e regulamentada para os taxistas, os juristas clamam por uma aplicação rigorosa da lei para desincentivar práticas ilegais.
A situação destaca a complexidade do problema, exigindo uma abordagem multifacetada que considere tanto a formalização da profissão de taxista quanto a rigorosa fiscalização e punição das atividades ilegais.