
A entrada em vigor das novas tarifas comerciais impostas por Donald Trump começou a mostrar os seus efeitos nos mercados financeiros globais – e Angola já sente o impacto no bolso. Desde o anúncio das medidas retaliatórias, feito a 2 de Abril, o Kwanza desvalorizou 2,09% face ao Euro, reacendendo o alerta vermelho no mercado cambial nacional.
Há uma semana, para se comprar 1 Euro, eram necessários 994,78 Kwanzas. Hoje, o mesmo Euro já custa 1.015,55 Kwanzas, o que representa um acréscimo de 20,76 Kwanzas – um salto preocupante que marca a segunda desvalorização consecutiva da moeda nacional num curto espaço de tempo.
O novo valor ultrapassa novamente a simbólica barreira dos 1000 Kwanzas por Euro, algo que não acontecia desde 4 de Outubro do ano passado, quando a cotação chegou aos 1004,05 Kwanzas. Para muitos especialistas, este movimento não é apenas uma oscilação normal do mercado, mas sim um reflexo direto das tensões comerciais internacionais e das políticas protecionistas da administração Trump.
As tarifas impostas – parte da guerra comercial com vários países – visam favorecer a indústria americana, mas acabam por gerar desequilíbrios globais. E, como sempre, os países em desenvolvimento como Angola são os primeiros a sentir os efeitos: pressão sobre as reservas internacionais, aumento do custo das importações, e maior dificuldade para estabilizar a economia interna.
Com o Kwanza a perder valor, o custo de vida tende a aumentar e os desafios para a política monetária angolana ganham uma nova dimensão. O mercado cambial está em alerta, e os investidores, mais cautelosos do que nunca.