O presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Isaías Kalunga, foi alvo de fortes críticas após fazer uma publicação no Facebook, ontem, 11 de outubro, pedindo contribuições de 1.000 Kz para celebrar o aniversário do jogador da seleção nacional, Milson. A proposta, que inicialmente parecia um gesto de apoio, acabou gerando reações inesperadas e acaloradas entre seus seguidores, que questionaram a sensibilidade e as prioridades do líder juvenil.
Na publicação, Kalunga sugeriu: “Uma boa pilha, podemos fazer uma vaquinha de mil/mil para o Milson. Nenhuma pilha? DEUS É CONNOSCO IK.”
A mensagem, que convidava os seguidores a contribuírem para a festa do atleta, rapidamente atraiu respostas críticas, especialmente em um momento de grande vulnerabilidade social e econômica no país. Internautas expressaram indignação, afirmando que o apelo era inadequado, dado que o jogador já recebe um salário significativo, enquanto grande parte da população enfrenta dificuldades financeiras extremas.
Entre os comentários mais contundentes, destacam-se:
1.“Porque não dá mil a cada miúdo que come no contentor de lixo? Será que és mesmo líder da juventude?”
2. “Líder distraído, com tantos meninos a padecer de fome, queres fazer vaquinha para um cidadão que ganha milhões? Deixa de ser emocionado, pensa antes de publicar.”
3. “Na vida pacífica onde vives, tem lá pessoas que vivem em casas de chapa e precisam de ajuda.”
4. “Com tantos necessitados, é mesmo para o Milson que queres?! Sinta a dor daquela mãe com três ou mais filhos, sem onde tirar um tostão. Programa doações para os mais necessitados, eu também vou contribuir.”
5. “Tanta gente a morrer de fome no país, e você está a incentivar a fazer vaquinha para alguém que tem um salário digno?”
Essas respostas evidenciam o descontentamento crescente entre os jovens e o público em geral, que esperam que um líder como Kalunga foque em iniciativas voltadas para as populações mais vulneráveis. Muitos questionaram o papel da liderança juvenil em tempos de crise, sugerindo que o foco deveria ser em ações que impactem positivamente as comunidades mais carentes.
Até o momento, Isaías Kalunga não se pronunciou oficialmente sobre as críticas recebidas. A publicação, no entanto, levanta uma reflexão mais ampla sobre as prioridades da liderança jovem e a responsabilidade social de figuras públicas no contexto angolano.