O número de casos de cólera continua a aumentar em Angola, com o último relatório do Ministério da Saúde indicando 224 casos confirmados e 18 mortes. O surto, inicialmente concentrado no bairro do Paraíso, município de Cacuaco, já atingiu outras regiões, incluindo as províncias do Bengo (12 casos) e do Icolo e Bengo (9 casos e 1 óbito).
Segundo os dados oficiais, os casos notificados abrangem pessoas entre 2 e 70 anos de idade, sendo 103 homens e 121 mulheres. 16 amostras de casos suspeitos estão em processamento no laboratório nacional, enquanto o Ministério da Saúde alerta para a rápida disseminação da doença, agravada pelas chuvas recentes.
“Há um alto risco de expansão do surto para todo o país, sobretudo em áreas densamente povoadas com acesso limitado a água potável e condições de saneamento inadequadas”, destacou o Ministério em comunicado.
As chuvas intensas das últimas semanas e a aproximação do período chuvoso de março e abril são apontados como fatores que podem potencializar ainda mais o avanço da doença. O governo alerta que a situação exige máxima atenção e colaboração da população.
Para conter o avanço da cólera, o Ministério da Saúde reforça a necessidade de adotar rigorosamente as seguintes medidas:
– Higiene Pessoal e Alimentar:
– Lavar as mãos com frequência.
– Tratar a água para consumo com 5 gotas de lixívia por litro ou fervê-la por 20 minutos.
– Lavar frutas e vegetais com água fervida ou tratada.
– Cozinhar os alimentos adequadamente e mantê-los tapados.
– Saneamento Básico:
– Evitar defecar ao ar livre; utilizar sempre uma latrina ou casa de banho limpa e desinfetada.
– Manter o ambiente doméstico e o bairro limpos.
– Primeiros Cuidados em Casos Suspeitos:
– Em casos de suspeita, administrar soro caseiro (1 litro de água fervida misturado com 1 colher de sopa de açúcar e 1 colher de chá de sal).
– Procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima.
Chamado à Ação
Diante do risco de ampliação do surto, o governo faz um apelo à responsabilidade coletiva para evitar uma crise sanitária ainda maior. A atenção especial deve ser dada às comunidades mais vulneráveis, que enfrentam barreiras no acesso à água potável e ao saneamento básico.