A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a situação dramática que se vive no Sudão, onde a população enfrenta uma crise alimentar severa. Justine Muzik Piquemal, diretora regional da ONG Solidarités International, expressou satisfação com o alerta da OMS, mas enfatizou a urgência de enviar ajuda ao país, afirmando que, sem a chegada de alimentos, aldeias inteiras podem morrer à fome.
Os combates intensificados entre o exército sudanês e os rebeldes das Forças de Apoio Rápido (RSF) complicam ainda mais o acesso dos trabalhadores humanitários à população necessitada. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, denunciou o “grau de urgência chocante” da situação, criticando a falta de ação para conter o conflito e responder ao sofrimento da população.
Com mais de dez milhões de deslocados, a guerra no Sudão já provocou um êxodo significativo, com muitos buscando refúgio nos países vizinhos. Em entrevista à RFI, Muzik Piquemal reiterou a necessidade urgente de assistência médica e alimentar em todo o país, independentemente das zonas controladas pelas forças armadas.
A diretora destacou o impacto devastador da fome nas crianças, que, diante da escassez de alimentos, estão sendo forçadas a comer cascas de árvores. Ela alertou que, sem a ajuda necessária até março de 2025, será impossível evitar a morte de muitas crianças e aldeias inteiras devido à fome.
“Hoje, há pessoas a morrer de fome no Sudão, e sabemos que se nada for feito até março de 2025, seremos confrontados com imagens de crianças e aldeias inteiras morrendo à fome,” concluiu Muzik Piquemal.