
Autoridades tradicionais da província de Benguela manifestam crescente inquietação perante o aumento do número de adolescentes angolanas engravidadas por cidadãos chineses. A situação, que se tornou mais evidente em localidades como Caotinha, Lobito, Catumbela e bairros periféricos como Calomanga, tem motivado apelos urgentes à intervenção do Governo.
De acordo com relatos recolhidos, sobas de várias comunidades denunciaram que muitas jovens gestantes acabam abandonadas à própria sorte, sem qualquer apoio por parte dos progenitores. Um dos sobas, que preferiu manter o anonimato, relatou que a identificação dos pais é dificultada pela semelhança física entre os cidadãos asiáticos e pela falta de reconhecimento formal da paternidade.
“Engravidam as nossas filhas e depois desaparecem. Quando tentamos apontar os responsáveis, muitas vezes as meninas não conseguem identificar claramente quem é o pai, pois são todos muito parecidos. Resultado: ficam mães solteiras e os filhos sem amparo”, lamentou a autoridade tradicional de Caotinha.
A denúncia não é isolada. Segundo informações apuradas, esta realidade também foi reportada em municípios como Lobito e Cubal, onde as autoridades tradicionais vêm há algum tempo alertando para o aumento dos casos de fuga à paternidade entre cidadãos chineses.
As comunidades afetadas pedem medidas mais eficazes do Estado para proteger as adolescentes, garantir a responsabilização dos envolvidos e criar mecanismos que travem esta prática, que, segundo as autoridades locais, ameaça o tecido social e a dignidade das famílias angolanas.