No último fim de semana, a Polícia de Investigação Criminal (SIC) deu um passo significativo na sua investigação sobre um escândalo que envolve o desvio de mais de 7 mil milhões de kz por funcionários da Administração Geral Tributária (AGT). Durante a operação, o SIC apreendeu três residências luxuosas e cinco veículos de alta gama pertencentes a um técnico do Serviço de Tecnologias de Informação e Comunicação das Finanças Públicas (SETIC-FP), que se encontra foragido em Portugal.
Informações obtidas pelo Novo Jornal indicam que o técnico chegou a Luanda, vindo de Lisboa, no dia 19, mas, ao tomar conhecimento do cerco policial, decidiu retornar a Portugal no dia 22, logo após a detenção de seus colegas.
Entre as propriedades confiscadas, destaca-se uma mansão localizada no condomínio Austin, além de outras duas residências no bairro Sapu 2, uma delas com impressionantes 12 quartos.
Na sexta-feira, 24, o SIC apresentou à imprensa quatro funcionários da AGT que foram detidos sob suspeita de participação no roubo ao Estado. As detenções ocorreram no dia 21, em cumprimento a mandados judiciais.
No dia seguinte, após um trabalho conjunto de inteligência entre o SIC e o Serviço de Investigação Criminal (SINSE), foram localizadas e mapeadas as três residências do técnico foragido em Lisboa.
Manuel Halaiwa, porta-voz do SIC, afirmou ao Novo Jornal que há indícios de que muitos outros funcionários da AGT estão envolvidos neste esquema fraudulento e que as investigações continuarão a ser intensificadas para localizar os foragidos.
A Administração Geral Tributária, em comunicado oficial, informou que a detenção de dois dos seus funcionários, um ligado ao Gabinete de Tecnologias de Informação e outro à Direcção de Cadastro e Arrecadação de Receitas, decorreu de uma investigação interna. A AGT reafirmou seu compromisso de reforçar os mecanismos de controle interno e garantir a integridade de seus técnicos.
A instituição também fez um apelo à população para que denuncie qualquer tentativa fraudulenta relacionada à regularização de impostos. Os funcionários da AGT sob investigação enfrentam acusações de associação criminosa, acesso ilegal aos sistemas de informação e sabotagem informática, com um total de cerca de 1.500 operações fraudulentas que causaram um prejuízo significativo aos cofres públicos.