
As Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC) emitiram um comunicado denunciando a morte de civis em ataques realizados por militares angolanos nas aldeias de Kisungu e Ntando-Maselele. Segundo Jean Claude Nzita, porta-voz da FLEC, os corpos das vítimas foram “completamente carbonizados”, e o coordenador da aldeia, juntamente com cinco outras pessoas, teria sido detido de forma arbitrária por soldados angolanos.
A FLEC-FAC condena o que classifica como uma repressão brutal e inaceitável sob o regime do presidente angolano João Lourenço. O movimento separatista acusa as forças armadas de realizar “execuções extrajudiciais” e de infligir “torturas sistemáticas” nos civis, que estariam sendo espancados com cabos elétricos e barras de ferro, além de serem detidos em locais secretos e ameaçados de morte, sem acesso a alimentação e água.
No apelo feito ao secretário-geral da ONU, António Guterres, a FLEC-FAC solicita medidas urgentes para proteger os civis de Cabinda e enfatiza a situação crítica das populações nas aldeias mencionadas, que estariam sofrendo com a repressão militar.
O movimento, que busca a independência de Cabinda, argumenta que a região, rica em petróleo, não faz parte integral do território angolano, citando o Tratado de Simulambuco de 1885, que a designa como um protetorado português. A luta pela autonomia de Cabinda continua a ser uma questão significativa no contexto político e social de Angola, refletindo tensões históricas e a busca por direitos e reconhecimento por parte dos habitantes locais.