Desde o início da invasão da Ucrânia, Portugal tem sido alvo de várias ameaças por parte do Kremlin. O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, em abril de 2022, sugeriu um ambicioso plano de união entre Lisboa e Vladivostok, afirmando que o objetivo final da invasão seria a criação de uma “Eurásia unida”. Especialistas veem essa retórica como uma tentativa de incutir medo sobre o ressurgir da “Grande Rússia”.
Em maio de 2023, Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa, afirmou que as relações entre Lisboa e Moscovo atravessam a “crise mais profunda” da sua história, criticando a postura hostil de Portugal e a sua adesão à política antirrussa. A tensão aumentou após acordos de cooperação militar entre a Rússia e ex-colônias portuguesas, como São Tomé e Príncipe.
Recentemente, após o envio de helicópteros Kamov Ka-32A11B para a Ucrânia, Zakharova anunciou que a Rússia consideraria isso uma medida hostil, prometendo “retaliações”. Ela destacou que essas ações serão estudadas em sigilo e reveladas no momento apropriado, tentando suavizar as ameaças ao afirmar que o Kremlin “não é vingativo”, mas “tem boa memória”.