O economista Marlino Sambongue expressou preocupações sobre possíveis pressões inflacionárias e riscos fiscais associados à proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025. Ele destacou que os ajustes previstos podem intensificar a inflação se não houver um aumento na oferta de bens e serviços, e alertou sobre a dependência do país na receita petrolífera.
Sambongue elogiou os incentivos aos setores agrícola e pesqueiro, mas questionou a eficiência da Administração Geral Tributária em compensar uma possível perda de receita com a redução de impostos. O economista também defendeu que o país deve produzir localmente insumos essenciais, como fertilizantes e pesticidas, para reduzir a dependência de importações e a pressão sobre os preços.
Entre as ações do OGE, destacam-se o aumento salarial de 25% para a função pública e o incremento do salário mínimo nacional, além de alocações significativas para o Programa de Merenda Escolar e o Fundo de Emprego. Sambongue sugere, ainda, que a merenda escolar utilize produtos locais para fortalecer as economias regionais.
Apesar dos avanços, Sambongue sublinhou a vulnerabilidade do orçamento à volatilidade do petróleo, projetado a USD 70 por barril, e alertou sobre a retirada gradual dos subsídios aos combustíveis, que pode impactar negativamente os custos de bens e serviços. Para o economista, o sucesso do OGE 2025 depende de uma gestão cuidadosa para mitigar os riscos e alcançar a estabilidade económica almejada.