A secretária de imprensa da Casa Branca confirmou que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizará uma visita a Angola de 13 a 15 de outubro, prometendo abordar questões de direitos humanos durante sua estadia. Karine Jean-Pierre, durante a conferência de imprensa diária nesta sexta-feira, 4 de outubro, detalhou a agenda presidencial, que inclui uma viagem à Alemanha no dia 10 antes de seguir para Luanda.
A confirmação da viagem veio acompanhada de uma nota da Amnistia Internacional (AI), instando o presidente a incluir a defesa dos direitos humanos na agenda, além de celebrar os investimentos dos EUA no continente. A AI expressou preocupação com o “declínio do espaço cívico em Angola” e o silêncio de Biden sobre este assunto.
Durante a conferência de imprensa, a correspondente da Voz da América, Patsy Widakuswara, questionou Jean-Pierre sobre a nota da AI. Em resposta, a secretária de imprensa garantiu que Biden nunca se esquiva de discussões sobre direitos humanos. “Recebemos perguntas sobre violações dos direitos humanos sempre que ele se encontra com pessoas ou viaja. O presidente nunca se esquivou a uma conversa direta sobre direitos humanos e democracia em qualquer contexto,” afirmou Jean-Pierre.
Antes disso, Amanda Roberson, porta-voz do Departamento de Estado para os países lusófonos, reforçou em nota que o desenvolvimento econômico não pode ocorrer às custas dos direitos humanos. Ela destacou o compromisso dos Estados Unidos em trabalhar com governos e parceiros da sociedade civil na defesa das liberdades civis essenciais para democracias fortes.
A Amnistia Internacional, em sua nota intitulada “Os direitos humanos devem estar à frente e no centro na viagem a Angola”, instou Biden a se aliar aos defensores dos direitos humanos, insistindo junto aos parceiros econômicos que os Estados Unidos não ignorarão as violações dos direitos humanos em troca de oportunidades de investimento. A AI destacou que a prisão e condenação arbitrária de ativistas angolanos por exercerem seus direitos à liberdade de expressão e reunião pacífica é preocupante. Estes ativistas, que completaram um ano de prisão, continuam a enfrentar dificuldades, com um deles sendo negado acesso a prescrições médicas necessárias.
A organização reconheceu os esforços dos Estados Unidos em promover oportunidades de investimento em Angola e destacou que esses esforços serão prejudicados se os direitos humanos não forem priorizados. A sociedade civil deve poder desempenhar seu papel de supervisão.
A agenda detalhada de Joe Biden em Angola ainda não foi divulgada. Ao anunciar a visita, a Casa Branca afirmou que Biden e o Presidente angolano, João Lourenço, discutirão o fortalecimento de parcerias econômicas e a proteção dos trabalhadores, entre outras prioridades compartilhadas.