
Luanda recebe nesta quarta-feira, 16 de Abril, o Presidente do Togo, Faure Essozimna Gnassingbé, recentemente nomeado pela União Africana (UA) como mediador do conflito no Leste da República Democrática do Congo (RDC). A sua visita insere-se no quadro das acções diplomáticas da UA para promover a paz na região.
Segundo um comunicado da Presidência angolana, a visita inclui um encontro com o Presidente João Lourenço, actual presidente em exercício da União Africana. A agenda foca-se no reforço da mediação africana nos esforços para pôr fim às hostilidades entre o governo congolês e o grupo rebelde M23.
Nas últimas semanas, representantes da RDC e do M23 participaram de rondas negociais em Doha, no Qatar, com mediação do país anfitrião. Anteriormente, os presidentes Félix Tshisekedi (RDC) e Paul Kagame (Ruanda) reuniram-se também no Qatar, onde reafirmaram o compromisso com um cessar-fogo imediato e incondicional.
Apesar dos avanços, João Lourenço reiterou recentemente que os conflitos africanos devem ser resolvidos com liderança africana. “Compete à União Africana indicar, acompanhar e apoiar a mediação em África”, afirmou o chefe de Estado angolano durante a visita da Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, a Luanda.
O conflito no leste da RDC tem causado um êxodo massivo. Estima-se que mais de 100 mil pessoas tenham fugido do país nos últimos três meses, segundo dados das Nações Unidas. A instabilidade persiste sobretudo nas províncias ricas em recursos minerais, onde o M23, alegadamente apoiado pelo Ruanda, desafia a autoridade do governo congolês.
A nomeação de Faure Gnassingbé representa uma tentativa de reforçar os mecanismos internos africanos de resolução de conflitos, afastando uma excessiva dependência de mediadores externos.