
Os preços de produtos alimentares mais consumidos pelas famílias angolanas aumentaram 41% nos mercados formais em fevereiro deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Nos mercados informais, o crescimento foi bem mais modesto, registrando uma alta de apenas 1%.
Os dados foram coletados em 18 produtos nos mercados informais, como Catinton e Asa Branca, e em 11 produtos nos hipermercados Kero, Candando e Maxi. A diferença entre o crescimento dos preços nos dois tipos de mercado reflete não apenas o tipo de produtos analisados, mas também um ajuste nos preços nos mercados informais de itens como açúcar, óleo, massa, ovos, sal e feijão.
No mercado formal, a variação de preços foi mais acentuada devido à predominância de produtos importados e à pressão sobre o acesso a divisas. Alguns especialistas mencionam a possibilidade de especulação comercial, com preços desalinhados da realidade, mesmo com os custos de aquisição nos mercados internacionais permanecendo estáveis.
No mercado formal, o cabaz analisado pelo Expansão teve um acréscimo de 13.398 Kz, com o leite Nido apresentando o maior crescimento (65%) e a manteiga Mimosa com alta de 31%. Por outro lado, produtos como açúcar e feijão preto apresentaram uma diminuição nos preços.
Diferente do mercado formal, o mercado informal tem mostrado uma tendência mais estável, com uma leve queda nos preços desde o fim da quadra festiva. Apesar do aumento homólogo de 1%, observou-se que muitos produtos provenientes do campo tiveram redução nos preços, indicando uma maior oferta.
Nos últimos tempos, muitas famílias de baixa renda têm preferido comprar peixe diretamente dos pescadores nas praias, como na famosa praia da Mabunda. Embora esses produtos sejam mais acessíveis, a falta de condições adequadas para conservação pode representar riscos à saúde, especialmente para consumo a médio prazo.
Além disso, muitos produtos nos mercados informais não tiveram mudanças significativas nos preços, mas as quantidades e porções foram reduzidas. Alimentos como batata, que não possuem uma medida fixa, e outros como tomate, cebola e alho, são frequentemente afetados por esse fenômeno.
Comparando os preços entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano, observou-se um aumento médio de 7% nos preços do mercado formal, com subidas significativas em produtos como leite Nido e açúcar. Já no mercado informal, os preços apresentaram uma redução de 4%.
Essas dinâmicas de preços refletem não apenas as condições econômicas atuais, mas também as mudanças nas preferências de consumo e na oferta disponível nos diferentes mercados.