
Plataforma dos Democratas Africanos (PAD), em parceria com a Fundação Brenthurst, exigiu um pedido público de desculpas do Presidente João Lourenço pelo tratamento dado a vários políticos internacionais que foram detidos, retidos e deportados ao tentarem participar na conferência “O Futuro da Democracia em África”, realizada em Benguela.
O evento, que decorreu na sexta-feira (14.03), foi alvo de uma operação repressiva que impediu a participação de várias figuras de peso, incluindo:
– Ian Khama, ex-Presidente do Botswana
– Moeketsi Majoro, ex-primeiro-ministro do Lesoto
– Andrés Pastrana, ex-Presidente da Colômbia
– Othman Shariff, vice-presidente de Zanzibar
– Venâncio Mondlane, político moçambicano
A PAD denuncia que, sem qualquer explicação, o governo angolano recusou vistos, deteve convidados durante horas e deportou 12 delegados do Quénia, Etiópia, Uganda, Tanzânia, Moçambique e Sudão do Sul.
Outros 24 convidados, incluindo antigos chefes de Estado, ficaram nove horas detidos no aeroporto sem receber qualquer justificação, tendo os passaportes devolvidos tarde demais para embarcarem rumo a Benguela.
O governo prometeu fornecer transporte, mas várias viaturas misteriosamente “avariaram”, os destinos foram alterados e, no final, nenhum avião foi disponibilizado para levar os delegados ao evento.
A PAD classifica estas acções como uma campanha cínica para minar o progresso democrático em África, denunciando que Angola se apresenta como uma democracia, mas age como um regime autoritário.
“A verdadeira natureza do regime angolano foi exposta”, afirma a PAD, acusando João Lourenço de tentar humilhar e embaraçar ex-chefes de Estado africanos e outros defensores da democracia.
Até ao momento, o governo angolano não prestou quaisquer esclarecimentos sobre o incidente. O silêncio apenas reforça as críticas e poderá trazer repercussões diplomáticas para o país, especialmente por Angola presidir atualmente à União Africana.
A PAD exige um pedido público de desculpas do Presidente João Lourenço aos políticos detidos e deportados, considerando que o regime tentou, sem sucesso, silenciar o debate sobre democracia.
A pergunta que fica no ar: João Lourenço responderá ou continuará em silêncio?