
A astúcia criminosa de dois indivíduos quase passou despercebida, não fosse a vigilância da comunidade e a ação rápida da Polícia Nacional. Em Benguela, dois homens foram detidos por suspeita de invadir residências com o uso de dezenas de chaves copiadas, numa prática que vinha deixando moradores em alerta.
Com idades entre 30 e 31 anos, os suspeitos foram surpreendidos em flagrante por populares quando tentavam entrar num prédio conhecido como “dos cubanos”, situado na Avenida 10 de Fevereiro. A cena, gravada por moradores e partilhada nas redes sociais, motivou a intervenção imediata da polícia, que evitou um possível linchamento.
Durante a abordagem, os agentes encontraram 86 chaves em posse dos suspeitos — uma quantidade que levantou sérias suspeitas sobre o modo de operação do grupo. De acordo com o superintendente-chefe Ernesto Tchiwale, porta-voz da corporação, ainda não se sabe como os assaltantes obtiveram as cópias das chaves originais das vítimas. As investigações continuam para apurar a origem e extensão do esquema.
Segundo a polícia, o modus operandi era simples, mas eficaz: aproveitando-se da ausência dos proprietários, os criminosos entravam nas residências sem deixar sinais de arrombamento e levavam objetos de valor. Em muitos casos, chegavam a fechar a porta ao sair, como se nada tivesse ocorrido — o que dificultava a identificação imediata do crime.
Na esquadra, os detidos confessaram a autoria de diversos assaltos, cometidos tanto no centro urbano de Benguela como em algumas zonas residenciais periféricas e centralidades.
Este caso reacende o debate sobre segurança urbana e vigilância comunitária, destacando o papel fundamental da população na denúncia e prevenção de crimes.