
O Centro Neurocirúrgico de Tratamento da Hidrocefalia (CNTH), localizado no bairro Kifica, continua a ser a única esperança para centenas de famílias que convivem diariamente com os desafios da hidrocefalia. No entanto, as limitações financeiras e logísticas de muitos pais, somadas às dificuldades estruturais do próprio centro, agravam o sofrimento de crianças afetadas por esta condição neurológica.
Joel Fernando Jorge, de 14 anos, é um desses casos. Diagnosticado com hidrocefalia há seis anos, o adolescente depende de cadeira de rodas, usa fraldas e necessita de medicamentos contínuos e sessões regulares de fisioterapia. No entanto, está há dois anos sem acompanhamento no centro por falta de condições financeiras da família.
O pai de Joel, Paulo Fernando Jorge, residente no bairro Sambizanga e pai de sete filhos, está atualmente desempregado. A família depende apenas dos rendimentos da esposa, que exerce atividade informal como zungueira. “Às vezes não tenho sequer como pagar o transporte até ao centro. Já recorri ao aluguer de carro, mas não consigo manter esses custos”, lamentou.
Apesar de o CNTH ter fornecido uma cadeira de rodas, o crescimento de Joel tornou o equipamento inadequado, dificultando ainda mais a mobilidade. “Precisamos de apoio para medicamentos, transporte, uma nova cadeira e fisioterapia. Só queremos que o meu filho tenha uma vida mais digna”, apelou o pai.
A situação de Joel espelha a realidade de muitas outras famílias que dependem unicamente do CNTH para o tratamento da hidrocefalia, uma condição que exige atenção médica contínua, recursos materiais e suporte psicossocial.