
Num sinal de possível reconfiguração do xadrez político nacional, o líder do PADDA–Aliança Patriótica, Alexandre Sebastião André, anunciou este sábado, em Luanda, que o partido poderá disputar de forma autónoma as eleições gerais previstas para 2027, colocando em causa a sua continuidade na coligação CASA-CE.
O anúncio foi feito durante um acto político de massas, onde Sebastião André sublinhou que esta reflexão surge da vontade de revitalizar o PADDA e afirmar a sua identidade política no cenário nacional. Segundo afirmou, a permanência na coligação tem condicionado a acção e visibilidade do partido, que considera estar “à sombra” da CASA-CE.
Numa altura em que já prepara a sua sucessão na liderança do partido, o dirigente reforçou a intenção de encontrar um perfil jovem e agregador para assumir os destinos do PADDA, dando continuidade à sua trajectória mas com nova energia e direcção estratégica. “É tempo de renovação e de consolidar uma linha política mais activa e visível”, afirmou.
Para além de abordar questões internas do partido, Alexandre Sebastião André teceu duras críticas à Comissão Nacional Eleitoral (CNE), classificando-a como uma instituição “sem credibilidade” e acusando o seu presidente, o juiz Manuel Pereira da Silva “Manico”, de comprometer a transparência do processo eleitoral. Defendeu, por isso, a criação de uma nova CNE, imparcial e composta por figuras da sociedade civil sem ligações partidárias.
O político revelou ainda que o PADDA-Aliança Patriótica pretende convocar, em breve, uma conferência de imprensa para apresentar a sua posição oficial sobre a proposta do Executivo de revisão do Pacote Legislativo Eleitoral. Na sua visão, as actuais reacções da oposição têm sido insuficientes, classificando-as como “distracções” que não enfrentam verdadeiramente o cerne das alterações propostas.
Este posicionamento marca uma viragem importante para o PADDA, que poderá vir a trilhar um caminho independente, abrindo espaço para novos alinhamentos e estratégias políticas rumo às eleições de 2027.