O novo líder de transição da Síria, Ahmed al Sharaa, afirmou nesta terça-feira (17) que não permitirá que o território sírio seja utilizado como “plataforma de lançamento” para ataques contra Israel ou qualquer outro Estado. Em entrevista exclusiva ao jornal britânico The Times, Al Sharaa destacou que “os sírios precisam de um descanso”, pedindo o fim dos ataques e a retirada israelita para suas posições anteriores.
Ahmed al Sharaa, conhecido anteriormente como Abu Mohammad al Jolani, solicitou que os países ocidentais levantem as sanções impostas durante o regime de Bashar al Assad, destituído em 8 de dezembro após a ofensiva da coalizão insurgente islâmica. Ele também advertiu Israel a encerrar os ataques aéreos na Síria e a retirar-se dos territórios ocupados.
O líder sírio argumentou que a presença do Hezbollah e de milícias iranianas, antes citada como justificativa por Israel, “não existe mais”. Sobre a classificação da Organização para Libertação do Levante (HTS), uma dissidência da Al Qaeda, como organização terrorista por EUA e Reino Unido, Al Sharaa afirmou tratar-se de “uma designação política”. Ele defendeu que seu grupo realizava apenas “atividades militares” e apelou aos países ocidentais para que reconsiderem essa posição, destacando a importância geoestratégica da Síria no cenário internacional.
Al Sharaa concluiu que, após a queda de Assad, “todas as restrições deveriam ser suspensas” para facilitar a reconstrução do país.