
Durante um evento comemorativo dos 54 anos da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto (FECUAN), Lumbo destacou que a economia angolana é muito informalizada e que as variações cambiais no mercado informal têm um impacto significativo nos preços, tornando a situação preocupante.
O economista explicou que, apesar dos esforços do Banco Central e dos bancos comerciais em relação à política cambial, não há uma fórmula mágica para alcançar um câmbio saudável. Segundo ele, o problema principal é a discrepância entre a oferta e a demanda de divisas no país. Ele criticou a frequência irregular de fornecimento de divisas pelo Banco Central e destacou que a falta de produção interna agrava o problema, já que Angola depende de importações de produtos básicos como arroz, feijão e milho.
Lumbo também sugeriu a adoção de regimes cambiais diferenciados para atrair investimentos e valor acrescentado ao país, uma vez que o regime atual coloca todos — desde importadores até turistas — sob um único sistema, sem priorizar quem realmente traz benefícios econômicos. Para ele, é necessário mudar o paradigma da política cambial e desenvolver um modelo econométrico próprio que atenda as especificidades locais, reduzindo a dependência de políticas macroeconômicas voltadas a um pequeno grupo de decisores.
A palestra fez parte das celebrações dos 54 anos da FECUAN, que abordou a necessidade urgente de um novo paradigma cambial para Angola.