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A possibilidade de recondução de Manuel Pereira da Silva à presidência da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) está a gerar grande controvérsia. Analistas políticos alertam que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) não estaria disposto a perder o controlo do órgão eleitoral, considerado estratégico para a manutenção do poder.
O Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) admitiu três candidaturas para o cargo: além do atual presidente, concorrem Rosalino Domingos e Amélia Cristina Ernesto Messo e Tyova. Entretanto, Alexandre Albano Júlio foi excluído por não cumprir os requisitos exigidos.
A candidatura de Manuel Pereira da Silva, que busca a sua própria sucessão, é a que mais provoca desconfiança entre os partidos da oposição e setores da sociedade civil. Para muitos, a sua recondução pode significar a continuidade de um sistema eleitoral sob suspeita, sobretudo após as eleições de 2022, consideradas fraudulentas pela oposição.
Diante desse cenário, o concurso curricular para a escolha do presidente da CNE é visto por críticos como uma mera formalidade, cujo desfecho já estaria definido em favor do atual presidente. A oposição teme que, caso se confirme a recondução, a transparência das eleições de 2027 fique ainda mais comprometida.
A decisão final será um teste ao compromisso democrático do país. Estará Angola diante de mais um processo eleitoral questionável?