
A morte de uma criança de cinco anos, vítima de cólera, no município de Iambala, em Benguela, trouxe à tona uma triste realidade: a demora no atendimento médico pode agravar significativamente os efeitos da doença. O caso ocorreu na última sexta-feira e, segundo as autoridades locais, a recusa dos pais da vítima em procurar tratamento hospitalar imediato resultou no falecimento da criança.
Em entrevista à imprensa, o diretor do Gabinete Provincial da Saúde, Manuel Cabinda, explicou que os pais da criança inicialmente recorreram a tratamentos alternativos, o que retardou a busca por assistência médica adequada. A cólera, doença que se caracteriza por diarreias e vómitos intensos, pode evoluir rapidamente e se tornar fatal caso não seja tratada a tempo.
“Em casos de cólera, é crucial evitar tratamentos alternativos e procurar imediatamente um hospital. A doença pode se agravar rapidamente, e o tratamento precoce é a chave para salvar vidas”, destacou Cabinda. Ele ainda frisou que, em situações de diarreia e vômitos, especialmente em áreas com surtos de cólera, a ida imediata aos serviços de saúde convencionais é essencial para prevenir a desidratação extrema, que pode levar à morte.
A província de Benguela continua a enfrentar surtos de cólera, com destaque para o município de Benguela, que lidera o número de ocorrências. Além disso, o município do Balombo registrou, pela primeira vez, casos da doença. O município de Iambala também foi afetado, e, nas últimas 24 horas, a província contabilizou 71 novos casos, com Benguela somando 15, e outros municípios como Caimbambo e Dombe Grande, com nove casos cada.
O governo provincial, em resposta à crise, tem intensificado as ações de prevenção e tratamento, incluindo o reforço do envio de água potável por camiões-cisternas e a verificação da qualidade da água distribuída. No entanto, Manuel Cabinda advertiu que, apesar da redução no número de infecções, a situação ainda está longe de ser controlada. “Ainda estamos muito longe de uma situação controlada. Há um esforço conjunto entre a Comissão Provincial Multissetorial e as comunidades para continuar a reduzir os casos”, afirmou.
O caso trágico da criança em Iambala serve como um alerta sobre a importância da busca por tratamento médico imediato em situações de risco, além de destacar a necessidade de uma maior conscientização e de medidas mais eficazes no combate à cólera e à sua disseminação na região.