O percurso ferroviário da Estação do Bungo até ao novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN), em Luanda, está a ser vedado com paredes de mais de dois metros de altura, substituindo as grades de proteção atuais, com o objetivo de garantir segurança ao corredor ferroviário. A vedação tem como propósito evitar o acesso indevido e melhorar a circulação das composições.
Apesar da nova imagem que a intervenção está a proporcionar ao longo da Av. Deolinda Rodrigues, os moradores do bairro “Ponte Partida”, na zona do Morro de Areia, em Viana, mostram-se preocupados, pois utilizam diariamente essa travessia por falta de alternativa. Com o muro, temem perder a única passagem que conecta Viana, Cacuaco e Cazenga.
De acordo com relatos, a travessia atual é arriscada e já resultou em várias mortes, mas a falta de alternativas e uma passagem adequada levam as pessoas a utilizá-la há mais de 17 anos. Os moradores apelam ao Governo para que crie condições seguras de travessia, caso contrário, enfrentarão grandes distâncias para acessar uma das pedonais instaladas ao longo do trajeto, ou então arriscar-se-ão a saltar o muro.
O empreiteiro responsável pela vedação garantiu que está a considerar todos os pontos de maior fluxo populacional, incluindo a zona da “Ponte Partida”, onde o Governo Provincial de Luanda (GPL) prevê a construção de 15 novas pedonais para garantir a segurança dos munícipes.
Em 2019, a Administração Municipal de Viana anunciou a construção de um viaduto para substituir a antiga ponte do local, mas as obras nunca avançaram. A preocupação dos moradores agora é que a nova vedação avance sem a implementação dessas alternativas, agravando as dificuldades de mobilidade na região.
Na semana passada, o ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D’Abreu, visitou as obras e confirmou que 7% do muro já foi concluído. A intervenção continua a decorrer conforme o planeado, com foco nos pontos mais críticos e a promessa de novas passagens pedonais nos locais de maior afluência.