A ministra Vera Daves destacou que, nos últimos três anos, o Executivo angolano tem enfrentado “com perseverança um serviço de dívida gigantesco”, que em média equivale a USD 16 bilhões. Ela informou que o ministério conseguiu colocar a dívida com a China, o maior credor do país, “numa trajetória equilibrada”.
“No mercado internacional, com uma abordagem proativa, antecipamos parte do vencimento das Eurobonds que vencerão em 2025, de tal modo que dos USD 1,5 bilhões inicialmente emitidos, temos um remanescente de 864 milhões de dólares a reembolsar em novembro deste ano”, afirmou Daves. Ela também mencionou que, no mercado doméstico, “a alteração do perfil da dívida é notável” e que o serviço de dívida “encontra-se mais desconcentrado”.
“Sobre estes pequenos ganhos, celebremos! Celebremos os pequenos ganhos, que nos energizam para os desafios de 2025”, disse a ministra em seu discurso de abertura, que visava mais do que apresentar números; ela queria mostrar confiança na trajetória do país no que diz respeito às finanças públicas.
Daves antecipou um serviço de dívida governamental de aproximadamente 13,2 bilhões de kwanzas (13,5 bilhões USD) e uma projeção de captações de cerca de 14,6 bilhões de kwanzas (14,9 bilhões USD). “Essas cifras nos levam a uma projeção de stock da dívida, no final do exercício, de 57,4 bilhões de kwanzas”, correspondendo a 58,61 bilhões USD, assegurou a ministra, garantindo que esses valores representam cerca de 63% do PIB.
“A confiança dos nossos cidadãos, investidores e parceiros nacionais e internacionais é um ativo valioso que continuaremos a proteger”, garantiu, afirmando que “seja qual for a fonte de financiamento” utilizada pelo Executivo, “a transparência continuará a ser a prioridade”.
A ministra enfatizou que o Governo deseja que “cada cidadão, cada agente econômico e cada um dos parceiros estejam tranquilos quanto à seriedade com que Angola trata a gestão da dívida pública”.
“Seria bom recordar que, no âmbito da transparência, e por iniciativa do Ministério das Finanças, temos contado com o apoio da IGAE no processo de certificação da dívida, garantindo que nenhum pagamento seja feito indevidamente ou à margem da legalidade”, afirmou.
Para concluir, Daves disse que o Executivo “tem plena convicção” de estar “no caminho certo”. “A estabilidade e o crescimento sustentado de Angola dependem de uma gestão prudente, equilibrada e transparente da dívida pública, e é esse compromisso que reiteramos hoje”, finalizou, comunicando aos jornalistas.