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O setor bancário em Angola enfrenta um crescimento preocupante no malparado, que atingiu 1,9 mil milhões de dólares até setembro de 2024. Este aumento de 516 milhões de dólares desde dezembro de 2023 representa uma escalada significativa, elevando o rácio de crédito malparado para 19,6%.
De acordo com os dados do Banco Nacional de Angola (BNA), o crédito bruto da banca comercial, que totalizava 9,4 biliões de kwanzas, viu 1,8 biliões de kwanzas (equivalente a 1.948,1 milhões de dólares) se tornarem inadimplentes. Este nível de malparado é o mais alto desde novembro de 2022, quando o rácio atingiu 22,9%.
O aumento do malparado é atribuído, em parte, à recente elevação das taxas de juro pelo banco central, que implementou ajustes em março e maio, além de suspender empréstimos à banca. Essa mudança forçou as instituições financeiras a buscar financiamento no mercado interbancário, resultando em um aumento drástico nas taxas Luibor, que saltaram de 4,00% para um recorde de 32,6% em setembro passado.
Esse cenário tem gerado dificuldades crescentes para famílias e empresas, com as prestações de crédito subindo exponencialmente. A depreciação contínua do kwanza também contribui para a situação, complicando ainda mais o cenário econômico.
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