
Mais de 400 pessoas perderam a vida em Luanda, entre Janeiro e Março deste ano, vítimas de malária — uma realidade preocupante que reacende o alerta sobre o impacto devastador da doença na capital angolana. Enquanto o mundo se prepara para assinalar o Dia Mundial de Controlo da Malária, a dimensão dos números em Luanda revela o peso ainda latente deste problema de saúde pública.
De acordo com dados recentes avançados pelo Gabinete Provincial de Saúde, foram registados 414.167 casos de malária durante o primeiro trimestre de 2025. Deste total, 422 resultaram em óbito. As estatísticas apontam para uma maior incidência entre adultos com mais de 14 anos, que representam 307 das mortes. Crianças com menos de cinco anos também estão entre os grupos mais vulneráveis, com 52 mortes confirmadas. Uma gestante também está entre as vítimas fatais.
A responsável pelo Departamento de Saúde Pública em Luanda, Neusa Lazary, destacou que a malária mantém-se como a principal causa de procura por atendimento nas unidades de saúde da província. A gravidade da situação reflecte-se igualmente nos internamentos: apenas nos primeiros três meses do ano, 15.944 pessoas deram entrada em hospitais devido à doença, com uma vez mais os maiores de 14 anos a liderarem as estatísticas.
Este 25 de Abril, Dia Mundial de Controlo da Malária, traz como lema “A malária acaba connosco: reinvestir, reimaginar e reacender”. A data pretende convocar a sociedade civil, reforçar o engajamento comunitário e renovar os esforços para erradicar uma doença que ainda compromete vidas e desafia os sistemas de saúde em várias regiões do continente africano.
As autoridades de saúde em Luanda reiteram a necessidade de reforçar as acções preventivas, melhorar o diagnóstico precoce e promover campanhas de sensibilização junto das comunidades, sobretudo nas zonas mais endémicas. Segundo Neusa Lazary, só com um trabalho coordenado entre população, instituições e organizações parceiras será possível inverter esse quadro alarmante.
A malária, apesar de evitável e tratável, continua a ser uma das principais causas de morte em Angola, particularmente entre os grupos mais fragilizados. O alerta está dado — e o compromisso com a prevenção nunca foi tão urgente.