O ano de 2025 começa com o povo angolano enfrentando uma série de dificuldades e desafios que refletem uma crise econômica e social persistente. O aumento dos preços dos bens essenciais, a escassez de serviços básicos e a incerteza política continuam a agravar a já delicada situação das famílias em todo o país.
Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística indicam que a inflação em Angola permanece alarmante, impactando diretamente o poder de compra da população. Muitos angolanos lutam diariamente para atender às necessidades básicas, como alimentação, saúde e educação, enquanto o desemprego continua a crescer, especialmente entre os jovens.
As promessas de melhorias econômicas e sociais feitas pelo governo parecem distantes da realidade vivida nas comunidades. O Governo angolano prevê um crescimento econômico de 4,1% para 2025, superando as estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que é de 2,8%, e do Banco Mundial, que aponta para 3,9%. No entanto, especialistas alertam que o baixo rendimento da população e a deterioração das infraestruturas podem limitar o crescimento do mercado interno.
Especialistas como Rui Mangovo e Gaspar Fernandes destacam que, sem uma reavaliação urgente das prioridades do governo, o povo angolano continuará a sofrer as consequências de uma crise econômica sem precedentes. Mangovo enfatiza: “Estamos diante de um cenário alarmante, onde a fome e a pobreza extrema são realidades diárias para muitos angolanos. Se nada mudar, o futuro será ainda mais sombrio.”
Por sua vez, Chocolate Brás, educador e pesquisador, abordou a situação da educação em Angola, afirmando que “a ausência de políticas adequadas é uma decisão política em si.” Ele defende que a educação deve ser uma prioridade do Estado, considerando os desafios sociais e econômicos que o país enfrenta. “Precisamos decidir que tipo de angolano queremos formar, tendo em conta os desafios sociais, políticos e econômicos do país”, afirmou Brás.
Brás também ressaltou a importância de integrar ciência e política na gestão pública, afirmando que “governar com base na ciência é essencial para o desenvolvimento do país.” Ele propõe que as políticas públicas devem ser fundamentadas em dados e pesquisas que reflitam a realidade do povo angolano.
O setor da saúde enfrenta uma crise severa, com hospitais e centros de saúde sobrecarregados e carentes de recursos. A falta de medicamentos e equipamentos adequados coloca em risco a vida de muitos, e as condições precárias de atendimento são uma preocupação constante para as famílias angolanas.
A educação, um pilar fundamental para o futuro do país, também sofre com a falta de investimentos. Muitas escolas ainda carecem de infraestrutura básica e materiais didáticos, comprometendo a qualidade do ensino e o desenvolvimento das crianças e jovens.
Diante desse cenário desolador, a sociedade civil e as organizações não governamentais têm se mobilizado para oferecer apoio às comunidades mais afetadas. No entanto, a necessidade de uma resposta mais eficaz e abrangente por parte do governo é urgente.
À medida que 2025 avança, o povo angolano espera por mudanças significativas que possam trazer alívio e esperança. A luta por um futuro melhor continua, mas a resiliência e a determinação da população são a luz que brilha em meio à escuridão. Mais um ano de sofrimento se inicia, mas a esperança de dias melhores persiste no coração dos angolanos.