
Dados recentes do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) revelam que 37% das adolescentes angolanas entre 15 e 19 anos já enfrentaram uma gravidez, e 45% tiveram mais de um parceiro sexual, colocando Angola entre os países com as taxas mais elevadas de gravidez precoce na África Subsaariana.
A ativista Adelina Calundungo, do projeto “Levanta-te Jovem”, alerta que essa realidade é um grave problema de saúde pública e defende a educação sexual nas escolas para reduzir esses números alarmantes. “O aborto provocado é uma das principais consequências, responsável por 79% dos casos de aborto entre adolescentes”, destacou.
O pastor Francisco Doido atribui o problema também à perda precoce da infância, criticando hábitos culturais que expõem crianças a comportamentos inadequados desde cedo. Já a psicóloga Angelina Rodrigues aponta a falta de diálogo preventivo nas famílias, que só abordam o tema após o surgimento de problemas como gravidez indesejada.
Para enfrentar esses desafios, o Governo de Angola e o FNUAP, com apoio da Noruega, lançaram um programa de quatro anos para reforçar a saúde sexual, os direitos reprodutivos e combater a violência de género no país.