O Presidente francês, Emmanuel Macron, chegou hoje a Marrocos para uma visita de Estado que visa restabelecer os laços históricos entre a França e o país magrebino, gravemente afetados por três anos de rutura. A visita ocorre sob a expectativa de uma reconciliação, marcada pelo encontro com o rei Mohammed VI.
Acompanhado pela esposa, Brigitte Macron, e por uma delegação que inclui ministros, empresários e intelectuais, Macron foi recebido no aeroporto de Rabat-Salé com um caloroso aperto de mão do rei, que se apoiava em uma bengala. O príncipe herdeiro Moulay Hassan e o príncipe Moulay Rachid também estavam presentes, acompanhados por honras militares.
Após uma cerimônia de boas-vindas na Place du Mechouar, os dois líderes tiveram um encontro a sós, seguido pela assinatura de acordos em áreas como energia, água, educação e segurança interna. O chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, destacou a importância de “reconstruir a relação”, projetando um futuro de cooperação.
A visita é considerada histórica por analistas, que ressaltam a necessidade de discutir temas delicados, como imigração, que se tornaram uma preocupação crescente na França. A presença de nove ministros na comitiva, incluindo os das áreas de Interior, Economia e Cultura, reflete a seriedade das negociações.
Macron e Mohammed VI buscam resolver contenciosos passados, incluindo desentendimentos sobre vistos e suspeitas de escutas. A relação entre os dois países foi ainda mais complexificada pela prioridade dada pela França à Argélia, gerando tensões entre as duas potências magrebinas.
A visita também pode resultar em contratos significativos, como a venda de helicópteros e a expansão da linha ferroviária de alta velocidade em Marrocos. Rabat espera investimentos que possam impulsionar sua economia, rica em recursos naturais.
Em um contexto de desafios, a visita de Macron representa uma oportunidade para revitalizar as relações franco-marroquinas, enquanto ambos os países buscam uma parceria mais sólida e futura.