O Presidente francês, Emmanuel Macron, expressou na segunda-feira seu apoio à decisão dos Estados Unidos de autorizar a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra alvos na Rússia, considerando a medida “absolutamente correta”. A declaração foi feita à margem da cimeira do G20, que ocorreu no Rio de Janeiro, e sublinhou a posição da França sobre a escalada do apoio militar à Ucrânia no contexto da guerra com a Rússia.
Os mísseis ‘ATACMS’, fornecidos pelos Estados Unidos, têm um alcance de várias centenas de quilómetros, permitindo que a Ucrânia ataque locais estratégicos de logística e aeródromos russos. Inicialmente, esses mísseis seriam direcionados para a região fronteiriça de Kursk, onde soldados norte-coreanos foram destacados para apoiar as forças russas. A decisão de Washington foi uma resposta à presença dessas tropas norte-coreanas, conforme informações de fontes anônimas citadas pela imprensa dos Estados Unidos.
Macron também comentou a declaração final da cimeira do G20, que, segundo ele, “teria beneficiado se fosse mais explícita” sobre o conflito na Ucrânia. O Presidente francês apontou que o texto ficou aquém das formulações que já haviam sido alcançadas anteriormente, referindo-se à necessidade de uma condenação mais firme à agressão russa.
A declaração dos líderes do G20 destacou principalmente temas globais como a luta contra a fome, a inclusão social, o desenvolvimento sustentável, e a reforma das instituições de governança global. No entanto, a menção à guerra na Ucrânia foi mínima e vaga, com um único parágrafo abordando “o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra”. O texto também saudou “todas as iniciativas relevantes e construtivas” que buscam promover uma paz justa e duradoura, mas sem mencionar explicitamente a Rússia como responsável pela invasão.
Em relação a outros conflitos, como os da Faixa de Gaza e Líbano, a declaração fez um apelo geral para expandir a assistência humanitária e apoiar um cessar-fogo, mas sem um posicionamento firme sobre os responsáveis ou as soluções concretas para essas crises.
A falta de uma referência clara à Rússia na declaração do G20 é um reflexo das tensões entre as grandes potências e da dificuldade de consenso entre os membros do grupo sobre como abordar a guerra na Ucrânia e suas repercussões globais.