Henrietta Lau Hang Kun, membro da direção da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), destacou os esforços da instituição para estabelecer Macau como uma importante plataforma de serviços financeiros voltada para os países de língua portuguesa. Em declarações recentes, Lau revelou que as negociações estão em andamento para facilitar a emissão de dívidas através de Macau, permitindo que essas operações atinjam o mercado da China continental.
Durante a segunda Conferência dos Governadores dos Bancos Centrais e Quadros da Área Financeira entre a China e os Países de Língua Portuguesa, realizada em setembro, foram abordadas conversas com o Banco Nacional de Angola e o Banco Central de Timor-Leste. Segundo Lau, ambos os bancos demonstraram interesse, embora ainda precisem analisar as possibilidades oferecidas.
Lau mencionou que, com o lançamento de uma nova ligação direta entre os mercados de dívida de Macau e de Hong Kong, os investidores lusófonos terão um canal prático para realizar investimentos na região. Benjamin Chan Sau San, presidente da AMCM, ressaltou que essa iniciativa visa facilitar a participação de investidores internacionais, incluindo aqueles dos países de língua portuguesa, nos mercados de obrigações de Hong Kong e Macau.
Howard Lee Tat Chi, diretor-geral adjunto da Autoridade Monetária de Hong Kong, acrescentou que a colaboração entre as duas regiões permitirá o desenvolvimento de suas respectivas vantagens, atraindo mais emissores e instituições financeiras.
O Governo de Macau está comprometido em diversificar sua economia, atualmente muito dependente do setor de cassinos, e tem planos para a criação de uma bolsa de valores ‘offshore’ em renmimbi, embora ainda não haja uma data definida para sua implementação. A criação dessa bolsa está atrelada ao papel crescente de Macau como um elo comercial e financeiro entre a China e os países lusófonos. Em um marco significativo, Portugal tornou-se, em maio de 2019, o primeiro país da zona euro a emitir dívida na moeda chinesa.