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Macau e Angola estão prestes a firmar um memorando de entendimento voltado para o combate à lavagem de dinheiro e a crimes associados, incluindo financiamento ao terrorismo e à proliferação de armas de destruição maciça. O acordo, conforme publicado no Boletim Oficial de Macau, visa a troca de informações entre a Unidade de Informação Financeira da República de Angola e as autoridades de Macau.
O despacho, assinado pelo chefe do Executivo, Sam Hou Fai, destaca que o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, poderá delegar a responsabilidade da assinatura ao comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Leong Man Cheong. O Gabinete de Informação de Macau (GIF) será o responsável pela execução das atividades relacionadas à prevenção da lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo.
Macau foi identificado como um dos principais centros de branqueamento de capitais globalmente, segundo um relatório do Departamento de Estado dos EUA em março de 2022. Apesar disso, em 2019, o território tornou-se o único membro do Grupo Ásia-Pacífico Contra o Branqueamento de Capitais (GAFI) a cumprir todos os padrões internacionais relacionados à lavagem de dinheiro.
Por outro lado, Angola foi adicionada à ‘lista cinzenta’ do GAFI em 2024, após falhas em seus regimes legais e de regulamentação financeira. Esta lista inclui países que estão colaborando ativamente com o GAFI para resolver deficiências estratégicas em áreas de combate à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
O GIF já estabeleceu acordos semelhantes com 33 países e territórios, incluindo Portugal e Brasil, demonstrando um esforço contínuo para fortalecer a cooperação internacional nesse campo. Em 2024, o número de transações suspeitas registradas nos casinos de Macau atingiu um novo recorde, com 3.837 participações relatadas, refletindo a recuperação econômica e do turismo na região.
A assinatura deste acordo entre Macau e Angola representa um passo significativo no fortalecimento das medidas de combate à lavagem de dinheiro e à proteção das economias de ambos os territórios.