
O tribunal angolano condenou João Deussino, líder de um grupo acusado de planejar atentados, a 15 anos de prisão. A decisão foi anunciada após o julgamento de sete arguidos, dos quais seis foram condenados, enquanto Adelino Camulongo Bacia, um agente da Polícia Nacional, foi absolvido. A defesa, liderada pelo advogado António Nasso, anunciou que irá recorrer da sentença.
Além de Deussino, foram impostas penas a outros membros do grupo: Domingos Gabriel Muecália recebeu oito anos, Francisco António Ngunga Nguli cinco anos, Arão Rufino Eduardo Kalala três anos e seis meses, e Cresceciano Capamba, três anos. Pedro João da Cunha, um funcionário municipal acusado de falsificação de documentos, foi condenado a uma pena suspensa de três anos, uma decisão que a defesa considera desproporcional em relação aos outros arguidos.
O advogado Nasso destacou que a defesa solicitará a revisão da sentença, especialmente em relação à recusa do tribunal em conceder o estatuto de arguido colaborador, apesar da anuência do Ministério Público. Ele argumentou que novas evidências, incluindo a presença de mercenários e outros elementos relevantes, deveriam ter sido considerados.
Os arguidos enfrentaram acusações graves, incluindo organização terrorista, posse de substâncias explosivas e falsificação de documentos. O caso veio à tona em janeiro, quando as autoridades anunciaram o desmantelamento de um grupo subversivo que planejava atacar alvos estratégicos em Luanda e Huambo, tais como a Presidência e a embaixada dos Estados Unidos, durante a visita do presidente Joe Biden.
João Deussino, de 34 anos, se autodenominava presidente da Frente Unida de Reedificação da Ordem Africana (FUROA) e era acusado de ter intenções de derrubar o governo angolano. A organização, surgida em 2017 na província do Huambo, era objeto de vigilância das autoridades desde 2014.
Os explosivos apreendidos, que incluíam granadas de origem russa, alemã e portuguesa, não pertenciam às Forças Armadas Angolanas, indicando que foram adquiridos clandestinamente, conforme declarado pelo porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Manuel Halaiwa. A condenação e o desmantelamento do grupo subversivo marcam um importante passo nas ações do governo angolano contra o terrorismo.