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O Presidente da República, João Lourenço, afirmou que a estabilidade do kwanza não depende de “uma varinha mágica”, mas sim do fortalecimento da economia nacional. A declaração foi feita durante a inauguração da Casa do Kwanza, um moderno centro logístico do Banco Nacional de Angola (BNA), destinado ao armazenamento, processamento e distribuição de numerário.
Segundo o chefe de Estado, a valorização da moeda angolana está diretamente ligada à capacidade produtiva do país e não a medidas artificiais. “Precisamos de trabalhar mais, precisamos de produzir mais”, destacou, acrescentando que o período da taxa de câmbio fixa já ficou no passado.
“O valor do kwanza reflete a força da nossa economia, do Produto Interno Bruto (PIB) e daquilo que conseguimos oferecer ao mercado. Em economias de mercado, a taxa de câmbio depende de vários fatores, não apenas de uma decisão política”, explicou João Lourenço.
Nos últimos meses, o kwanza registou uma desvalorização superior a 10% em relação ao dólar, passando de 812 para 912 kwanzas por unidade da moeda americana. Apesar disso, desde janeiro de 2025, a cotação tem se mantido relativamente estável.
CASA DO KWANZA: MAIS SEGURANÇA PARA O DINHEIRO
A inauguração da Casa do Kwanza marca um avanço na infraestrutura financeira do país. Com um investimento total de aproximadamente 155 milhões de euros, o empreendimento foi construído em um lote de 10 hectares na periferia de Luanda.
O Presidente destacou que a nova estrutura reforça a soberania nacional, oferecendo melhores condições para o manuseamento e armazenamento de dinheiro. “Proteger a nossa moeda não é fácil, mas é fundamental. Com a tecnologia de ponta instalada nestas novas instalações, a nossa moeda estará mais bem protegida, e poderemos servir melhor a economia”, afirmou.
O governador do BNA, Manuel Tiago Dias, detalhou que a Casa do Kwanza aumentará a capacidade de armazenamento de notas e moedas, além de reduzir a necessidade de intervenção manual no manuseamento de numerário. A infraestrutura também permitirá um atendimento mais eficiente aos bancos comerciais.
COMBATE À CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE
Durante o evento, João Lourenço reafirmou a determinação do governo em combater a corrupção e garantir que não haja impunidade. “Ninguém disse que vamos acabar completamente com a corrupção em Angola, pois isso é uma luta contínua. Mas o essencial é que aqueles que forem apanhados respondam pelos seus atos”, declarou.
Com a entrada em funcionamento da Casa do Kwanza e as diretrizes econômicas traçadas pelo governo, Angola busca reforçar a estabilidade financeira e consolidar políticas que garantam a valorização da sua moeda no longo prazo.