O Presidente da República de Angola, João Lourenço, reconheceu hoje a gravidade da crise climática durante a abertura da 5ª edição da conferência Angola Oil & Gas, em Luanda. No entanto, ressaltou que os países produtores de petróleo têm o direito de desenvolver seus recursos para o benefício de seus povos.
Lourenço destacou os efeitos cada vez mais prejudiciais da crise climática global, mas defendeu que os produtores de hidrocarbonetos devem poder explorar seus recursos de maneira a beneficiar suas nações, desde que adotem medidas para minimizar os impactos ambientais. Ele mencionou ações específicas tomadas pela estatal angolana Sonangol, como a construção de centrais fotovoltaicas e o desenvolvimento de um projeto de produção de hidrogênio verde em parceria com empresas alemãs.
O presidente também abordou o cenário geopolítico e macroeconômico internacional, que tem causado distorções nos mercados e desafios no financiamento de projetos no setor extrativo, em contraste com os investimentos em energias renováveis. Reiterou a aspiração de Angola em se manter competitiva na produção de hidrocarbonetos, destacando medidas adotadas para garantir um ambiente regulatório atraente e políticas fiscais orientadas para o mercado, com a meta de manter a produção nacional acima de 1,1 milhão de barris de petróleo por dia.
Lourenço detalhou a licitação de novas concessões petrolíferas para o período de 2019-2025, que visa adjudicar 50 novos blocos e avaliar o potencial petrolífero das bacias interiores de Angola, como Kassanje e Etosha-Okavango. Ele também enfatizou a abertura ao investimento privado, tanto nacional quanto estrangeiro, com termos e condições justas.
A conferência Angola Oil & Gas 2024, sob o tema “Impulsionar a Exploração e o Desenvolvimento para o Aumento da Produção em Angola”, reúne mais de 2.500 delegados de mais de 40 países, com a participação de mais de 500 organizações e mais de 100 oradores. A conferência é vista como um ponto crucial para promover a transição energética, modernizar a infraestrutura de petróleo e gás e explorar novas oportunidades de investimento.
As perspectivas de investimento em Angola para os próximos cinco anos são ambiciosas, estimadas em 60 bilhões de dólares, com a próxima rodada de licenciamento de blocos petrolíferos prevista para 2025. Desde o início do programa de licenciamento em 2019, 26 blocos já foram atribuídos.