O Presidente da República de Angola, João Lourenço, sublinhou a importância da preservação das Nações Unidas (ONU) como uma instituição fundamental para a governança global. A declaração foi feita durante a cerimônia de cumprimentos de Ano Novo ao Corpo Diplomático acreditado em Angola, realizada na sexta-feira (24), em Luanda.
Lourenço destacou que a ONU é o espaço onde todas as nações podem expressar suas preocupações e aspirações em relação ao progresso e desenvolvimento. Ele enfatizou que nenhuma associação de países, seja regional ou de outra natureza, deve tentar substituir o papel da ONU, apesar da necessidade de reformas profundas na organização.
O Chefe de Estado angolano reafirmou que a ONU permanece a única entidade com legitimidade para representar todas as nações e decidir sobre questões fundamentais para a humanidade. Ele apelou à ação conjunta para garantir que a ONU mantenha seu papel central, que tem sido crucial para enfrentar desafios globais nas últimas oito décadas.
Lourenço também abordou a importância do respeito pelos princípios fundamentais nas relações internacionais, como a soberania, a inviolabilidade das fronteiras e a não ingerência nos assuntos internos dos Estados. Ele observou com preocupação a tendência de alguns países reivindicarem o direito de invadir ou anexar territórios sob o pretexto de prevenir ameaças externas, um comportamento que ele considerou perigoso e intolerável.
Em relação ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, Lourenço expressou esperança de que ambas as nações busquem uma solução pacífica por meio do diálogo. Ele também saudou o recente acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, ressaltando a importância da diplomacia e do compromisso dos países envolvidos, como os Estados Unidos, Qatar e Egito.
O Presidente angolano espera que o acordo seja respeitado e que haja um esforço contínuo para libertar reféns e prisioneiros, além de encaminhar ajuda humanitária a Gaza. Ele reiterou a necessidade de iniciar a reconstrução da região e de dar passos concretos rumo à criação do Estado da Palestina, conforme as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.