Masabumi Hosono, nascido em 15 de outubro de 1870 na vila de Hokura, Niigata, Japão, era um funcionário público que, em 1912, embarcou no RMS Titanic como passageiro de segunda classe. Durante a fatídica noite de 14 para 15 de abril, após ser inicialmente bloqueado por um tripulante que o confundiu com um passageiro de terceira classe, Hosono conseguiu chegar ao convés dos botes salva-vidas. Observando a escassez de botes restantes, ele decidiu aproveitar uma oportunidade de sobrevivência e embarcou no bote salva-vidas nº 10, tornando-se o único passageiro japonês a sobreviver ao naufrágio.
Ao retornar ao Japão, Hosono enfrentou severas críticas da mídia, de colegas e do público em geral. Foi acusado de covardia e desonra por não ter seguido o código de conduta que valorizava o sacrifício pessoal, especialmente em situações de desastre. A imprensa japonesa o rotulou como “impróprio como japonês”, e ele foi submetido ao “mura hachibu”, uma forma de ostracismo social.
Apesar das adversidades, Hosono continuou sua carreira no serviço público até sua morte em 14 de março de 1939. Décadas após sua morte, sua família ainda carregava o estigma associado à sua sobrevivência. No entanto, nos anos 1990, com a divulgação de cartas escritas por Hosono detalhando sua experiência no Titanic, houve uma reavaliação pública de sua história. Seu neto, Haruomi Hosono, membro da banda Yellow Magic Orchestra, expressou alívio com a restauração da honra da família.