A Inspeção Geral do Trabalho (IGT) emitiu hoje um comunicado ao JA Online, esclarecendo as irregularidades encontradas na empresa ICC Angola. A ação da IGT foi desencadeada por um vídeo compartilhado nas redes sociais na última terça-feira, 3 de dezembro, que mostrava trabalhadores em condições precárias de trabalho na referida empresa, situada no município de Viana, em Luanda.
Segundo o comunicado, a IGT tomou conhecimento de um vídeo onde trabalhadores reclamavam das condições de trabalho, alegando falta de dignidade, incluindo a necessidade de aquecer a comida sobre as máquinas por falta de alternativas.
Após a visualização do vídeo, a IGT deslocou uma equipe de inspetores às instalações da ICC Angola. Os inspetores verificaram que a informação difundida no vídeo não correspondia à realidade. Contrariando as alegações, os trabalhadores dispõem de micro-ondas fornecidos pelo empregador para aquecerem suas refeições trazidas de casa, além de receberem um subsídio de alimentação.
Em relação aos trabalhadores que apareciam dormindo no chão, a IGT esclareceu que eles não estavam em período de descanso regulamentar e deveriam estar exercendo suas atividades laborais. O espaço onde foram encontrados é, na verdade, um local destinado a guardar pertences dos trabalhadores e não para descanso durante o expediente normal.
Durante a inspeção, a IGT constatou que a empresa operava com turnos fixos de 14 horas, resultando em uma carga horária excessiva para os funcionários. Em resposta a essas irregularidades, a IGT determinou que a empresa implementasse, dentro de 48 horas, um sistema de quatro turnos rotativos. Além disso, a ICC Angola foi instruída a contratar mais 36 trabalhadores para garantir que cada turno tenha pelo menos 18 funcionários, considerando a natureza das atividades realizadas.
Com estas medidas, a IGT espera assegurar melhores condições de trabalho e um ambiente mais justo para os trabalhadores da ICC Angola.