
A Igreja Católica angolana manifestou confiança de que o recém-eleito Papa Leão XIV poderá desempenhar um papel crucial na promoção da paz na República Democrática do Congo (RDC). Segundo o porta-voz da Diocese de Viana, Queiroz Figueira, a experiência prévia do novo Sumo Pontífice na RDC, onde trabalhou como líder dos padres Agostinianos, oferece-lhe um conhecimento profundo da realidade do país, marcado por conflitos armados prolongados.
“Acreditamos que o Papa Leão XIV será um bom interlocutor para a paz em África, especialmente na RDC, onde ele já esteve e conhece bem a complexidade dos conflitos locais”, afirmou Queiroz Figueira. Para a Igreja Católica angolana, esta familiaridade com o contexto congolês pode acelerar as negociações e fomentar o diálogo entre as partes em conflito.
O conflito na RDC, que partilha uma longa fronteira com Angola, continua a ceifar vidas. De acordo com a primeira-ministra congolesa, Judith Tuluka, mais de 7 mil pessoas morreram, muitas delas civis, como resultado da violência armada. A recente escalada da violência foi marcada pela ofensiva do grupo rebelde M23, que, com alegado apoio de Ruanda, tomou o controlo de vastas áreas ricas em minerais no leste do país, incluindo as cidades de Goma e Bukavu, capitais das províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul.
A nomeação de Leão XIV surge num momento crítico para a região, onde os esforços de mediação internacionais têm enfrentado desafios. A Igreja Católica, que possui uma presença histórica significativa na RDC, tem sido um dos principais defensores da paz e dos direitos humanos, frequentemente mediando diálogos entre o governo e grupos armados.
A expectativa da Igreja angolana é de que o novo Papa, com a sua experiência pastoral e diplomática, contribua para promover o diálogo e a reconciliação em uma região marcada por décadas de instabilidade. Resta saber como o Vaticano, sob a liderança de Leão XIV, articulará a sua ação diplomática para apoiar os esforços de paz no continente africano.