
O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) anunciou oficialmente o arranque do processo de venda pública das unidades industriais anteriormente detidas pelos generais Leopoldino do Nascimento “Dino” e Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”. As unidades pertenciam ao grupo empresarial China International Fund Limited (CIF) e incluem fábricas de montagem de automóveis, cimento, cerveja e um centro logístico.
De acordo com uma nota divulgada pelo IGAPE, as sessões de leilão electrónico estão agendadas para os dias 24, 28 e 29 de Abril do corrente ano. A medida marca uma nova etapa no processo de privatização destes activos, anteriormente associados ao extinto Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN).
O leilão da fábrica de cerveja Lowenda terá lugar a 24 de Abril. Estão qualificadas para disputar este activo as empresas Rushan Shuguang Cerveja, LTD e Unique Beverages.
No dia 28 de Abril, decorrerá a sessão referente à venda da fábrica de cimento CIF e do centro logístico. As entidades Griner/Ciment/Mercons (Consórcio), H&S/Yupeng (Consórcio), Huaxin Cement, LTD e Moçambique Dugongo foram oficialmente habilitadas a participar.
Para a unidade de montagem de automóveis, o relatório de qualificação identificou apenas um concorrente: a Opaia S.A., que participará no leilão agendado para 29 de Abril.
Os activos em questão foram anteriormente colocados a concurso em duas ocasiões — Maio e Outubro de 2024 —, sem sucesso. Em função da natureza e especificidade dos activos, o Estado optou por redefinir a modalidade de privatização, recorrendo agora à alienação directa por via de leilão electrónico.
Importa lembrar que os generais Kopelipa e Dino foram constituídos arguidos em processos relacionados com contratos firmados entre o Estado angolano e o grupo CIF no contexto do GRN, durante a presidência de José Eduardo dos Santos.
Com a conclusão iminente deste processo, o IGAPE dá mais um passo no plano de reestruturação e racionalização dos activos públicos, numa tentativa de atrair investimento privado e aumentar a transparência na gestão do património do Estado.